Expansão para o Oeste - Wilderness
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A questão da fronteira, das terras além desta (wilderness) e mito do destino manifesto são muito peculiares à história americana. A expansão da civilização, promovida pelo povo escolhido por Deus sobre as terras bárbaras e hostis, esteve no cerne do pensamento americano desde sua origem, dando, assim, o exemplo de liberdade, democracia e progresso. O consagrado autor Frederick J. Turner utiliza essa noção da natureza selvagem (wilderness) como o espaço do progresso para explicar toda a evolução da história norte-americana e formação desses homens. Portanto, a marcha para o Oeste seria um grande criador de significados no imaginário americano, pois é onde se encontra as terras livres e selvagens, logo, a liberdade. Essa ideia das terras livres era muito importante na criação de uma identidade nacional própria, diferenciada das europeias. Essa identidade própria do povo americano era um modo de mostrar o Novo Mundo com o lugar do novo e do jovem, um lugar da não história, em contraponto à velha e decrepita Europa que estava encardida por sua antiga história. Este pensamento é exposto pro Mary Anne Junqueira na seguinte passagem
Com a Independência criou-se ainda uma outra ideia: a de que o norte-americano era um novo tipo de homem, completamente desvinculado do passado ‘emancipado da História’, por isso inocente e espontâneo, sem pecados e culpas, identificado com o Adão antes da queda. (JUNQUEIRA, 2000, p. 77)
É interessante ressaltar que Turner diferencia à expansão americana da europeia, pois esta última não usufruiu da mesma liberdade que a primeira. Pois as fronteiras europeias sempre se expandiram em um espaço muito rígido, diferente das fronteiras do Novo Mundo, que se formaram em “terra livres” e com sua limitação em constante recuo. Como é exposto por Lúcia L. Oliveira, existe certa dicotomia sobre a significação da fronteira: ela é vista como o espaço de liberdade e progresso, onde a identidade do homem americano se faz – do homem que se faz