Marketing de Relacionamento
Roberto Gomes Camacho
Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas - São José do Rio Preto - Unesp
Resumo: Reflexão acerca da norma culta e das variedades linguísticas, partindo-se do pressuposto de que o modo de falar de um indivíduo revela suas características sociais, pois toda língua comporta variações em função da identidade do emissor e do receptor; e das condições sociais de produção discursiva. Assim, o conhecimento das diversas variações – socioculturais, geográficas, históricas e estilísticas, entre outras –, e da sua legitimidade impede que haja, na ação pedagógica, violência simbólica resultante da imposição de uma única norma prestigiada.
Palavras-Chave: Variedade linguística, Norma culta, Preconceito linguístico.
1. A variação e o preconceito linguístico
Todos nós já tivemos a experiência de estar em um lugar público e ouvir uma conversa acontecendo ao redor. Por razões de educação, geralmente não voltamos o olhar diretamente para os eventuais participantes; somos, no entanto, capazes de formar alguma impressão que nos auxilie a identificá-los socialmente, avaliando a origem geográfica e a classe social dos participantes desconhecidos e as circunstâncias da interação em que se acham envolvidos apenas com base na expressão verbal. Assim, vamos supor que, em uma viagem de ônibus, ouvíssemos o vizinho no banco de trás perguntar: Farta muito pra essa lata veia chegá? Logo identificamos uma diferença entre a palavra falta, geralmente pronunciada com ‘u’, como fauta, e sua alternativa fartapronunciada com ‘r’; identificamos também a pronúncia da semivogal i no lugar de lh da palavra velha, pronunciada veia. Com base nesses traços, suspeitamos de que o falante tem origem rural ou baixa escolaridade, ou está muito à vontade, em uma situação extremamente familiar.
Por que é possível fazer essas adivinhações com grau considerável de acerto? A resposta mais natural é porque, por um lado, toda