Maria em medellín e puebla
Maria é a Mãe de Jesus, desde o Fiat da Encarnação, pela ação do Espírito Santo, que a revestiu da sua graça. Sem a maternidade da Virgem, o rosto do Filho de Deus não se teria revelado. O corpo do Senhor é a carne de Maria. Ela é verdadeiramente Mãe da Igreja, porque é Mãe do Cristo, cabeça do corpo místico. E por isso é muito amada e venerada filialmente por todo o povo cristão, com afeto de piedade filial. “Foi nessa fé que o Papa Paulo VI quis proclamar Maria Mãe da Igreja” diz a Conferência de Puebla nº 286.
Por sua presença maternal, Maria acompanha a Igreja como educadora da fé, pedagoga da América Latina. Seus cuidados vão em direção de ajudar os cristãos a se deixarem guiar pelo Evangelho, a plasmar suas vidas pela palavra de seu Filho, de modo a produzirem frutos de santidade (cf. Puebla 290).“Maria, mãe, desperta o coração do filho adormecido em cada homem. Assim, nos leva a desenvolver a vida do batismo pela qual nos tornamos filhos. Ao mesmo tempo esse carisma materno faz crescer em nós a fraternidade e, assim, Maria faz com que a Igreja se sinta uma família” (Puebla 295). Maria meditava a Palavra e os acontecimentos e guardava todas essas coisas em seu coração. “É a discípula perfeita que se abre à Palavra e se deixa penetrar por seu dinamismo”, afirma o Documento de Puebla 296. Entre outras razões, é esse um forte apelo para compreendermos porque Maria “é reconhecida como modelo extraordinário da Igreja na ordem da fé” (Puebla 296). Maria é apresentada como modelo de mulher libertadora. O documento de Puebla usa a metáfora “espelho da alma”, ao se referir à oração do Magnificat, para falar da Mãe de Deus como aquela que tem consciência da necessária comunhão com o projeto libertador de seu Filho. O Magnificat reflete a alma de Maria (cf. Puebla, 297). Neste Canto, a Virgem se apresenta pela ótica do Servo de Javé. Como Mãe do Cristo libertador, ela se coloca a serviço dos pobres pelo anúncio de que