Margarida Baptista
A inovação tecnológica é central na explicação da dinâmica econômica em teorias de corte neoschupeteriano uma vez que constitui a ordem básica, seja da expansão e dinamismo do sistema econômico, seja da geração de assimetrias ente empresas vale dizer, de diferenciais de competitividade que se expressam na objeção de maiores margens de lucro. Competitividade é assim associada à posse de vantagens abitidas de custo, qualidade e/ou desempenho, cuja fonte básica são processos complexos de aprendizado tecnológico de caráter tácito. O agente básico de competitividade é a firma, pois é nesta que se formam as decisões cruciais de investimento e é em se interior que se criam, conservam e ampliam distintas capacitações. São estas ultimas que sustentam a geração de diferenciais de poder de mercado e competitividade. O objetivo deste paper é explicar os elementos básicos de uma teoria da firma de corte neoschumpeterino. Neste sentido, faz se necessário, discutir o processo de decisão dos agentes individuais e o critério de racionalidade que o preside, em ambientes caracterizados pela incerteza.
2 - Incerteza, racionalidade e instituições
O conceito geral de firma é entendida aqui, como uma unidade de valorização de capital, dotada de autonomia decisória para definir e implementar suas estratégias de longo prazo. Neste sentido a firma é também, uma unidade de decisão. O objetivo básico da firma é, assim, o de extrair o maior rendimento possível de seus ativos (tangíveis e intangíveis) no contexto do processo de concorrência, entendido aqui como um processo de rivalidade inter-firmas pela apropriação de espaços de mercado.
Neste processo a firma enfrenta um conjunto de decisões complexas, de difícil ou custosa reversibilidade - entre as quais se destacam:
1) aquelas relativas a investimentos em ampliação da capacidade instalada;
2) as decisões relativas à entrada/saída de mercados (decisões de diversificação/especialização);