Margareth Thacher
As remissões à Margareth jovem são bizarras. Primeiro, mostrando um ideal presente nas falas de seu pai, de um conservadorismo a toda prova, de um individualismo segundo o qual pode o personagem se colocar como portador da verdade, ela possui a verdade e não importa o que aconteça, fará com que ela impere, à luz da construção do seu poder. O personagem Thatcher surgirá como guia, alguém que deverá levar o partido a um caminho. Interessante que esse caminho aparece apenas como idealizado por essa mulher jovem, idealista. Em nenhum momento se refere ao seu embasamento teórico neoliberal, que fundamenta com precisão as políticas que colocaria em prática, suas relações com Hayek, nada disso aparece no filme; afinal, é uma “memória pessoal”.
A figura da “mulher” também passa por contradições. A mulher velha sofre na memória suas escolhas históricas com relação aos filhos. Busca se reconciliar com o filho, a quem ela chama em vários momentos de senilidade, por quem clama e que sarcasticamente no final se nega a aparecer, “foge” para a África do Sul, não tem tempo para a mãe. A culpa da mãe que trabalha e que “abandonou” o filho, ao dedicar-se a qualquer coisa na vida, no caso, a política,