broncodilatadores
O tratamento farmacológico da broncoconstrição tem por objetivo não só reduzir a ação dos autacóides e neurotransmissores que desencadeiam o broncoespasmo, mas principalmente ativar os mecanismos que induzem relaxamento do músculo liso respiratório.
A contração do músculo liso bronquiolar é dependente de elevação da concentração intracelular de cálcio ionizado (Ca2+) livre no citosol, mais precisamente ao nível das proteínas contráteis, actina e miosina. Este aumento na concentração intracelular de Ca2+ livre depende de um processo de liberação de Ca2+ de reservatórios intracelulares, principalmente do retículo sarcoplasmático, que é decorrente da ativação de receptores da membrana do músculo liso por autacóides endógenos (histamina, leucotrienos, bradicinina e outros) e neurotransmissores (acetilcolina, noradrenalina), os quais podem ser liberados por reações alérgicas, por distúrbios psicossomáticos, pelo exercício ou mesmo pela exposição ao frio. Estas substâncias ligam-se aos seus respectivos receptores na membrana do músculo liso respiratório, e através de um mecanismo complexo, induzem a liberação de Ca2+ para íntimo contato com as proteínas reguladoras da contração do músculo liso.
O processo de broncodilatação depende de mecanismos que tendem a reduzir a alta concentração de Ca2+ gerada pelos broncoconstritores endógenos, e possivelmente, dois mecanismos envolvidos nesta redução da concentração de Ca2+, sejam o processo de captação de Ca2+ para o retículo sarcoplasmático e o processo que transporta Ca2+ do interior da célula muscular lisa para o espaço extracelular, também denominado de efluxo de Ca2+.
Dessa forma, a broncodilatação, assim como a broncoconstrição, dependem de um equilíbrio ou desequilíbrio entre os fatores que tendem a relaxar ou contrair o músculo liso respiratório. Entre estes fatores, os sistemas adrenérgico (sistema nervoso simpático) e colinérgico (sistema parassimpático) são importantes no controle do tono