A proposta do livro é analisar as relações entre a linguagem e a escola como objetivo de compreender os problemas educacionais das camadas populares do Brasil. A partir de dados estatísticos a autora afirma que a escola brasileira é destinada quase que exclusivamente para o povo (camadas populares), porém ela não está preparada para atender essa camada, pelo contrário, a situação pode ser considerada até de discriminação, fato este comprovado pelos altos índices de evasão e repetência. Uma das principais causas do fracasso dos alunos pertencentes a estas camadas é a utilização da linguagem, já que estes são obrigados a usar padrões das classes mais elevadas. Para Magda, a linguagem é também o fator de maior relevância nas explicações do fracasso escolar das camadas populares. Em seu texto, Magda cita alguns filósofos como ponto de partida para se pensar algumas questões, dentre elas o Deficiência lingüística. Segundo o texto, a ideologia da deficiência nasceu na década de sessenta nos EUA, por conta da enorme desigualdade social que lá existia. A Psicologia justificava as desigualdades através da teoria da deficiênciacultural. Outros países da Europa e América Latina incorporaram a teoria, assimcomo o Brasil. Expressões como carência afetiva, falta de desenvolvimentopsicomotor, incapacidade de discriminação visual e auditiva, vocabulário pobre,erros de linguagem, baixo nível intelectual, comportamento social inadequado eentre todas estas carências, destaca-se o “déficit” lingüístico, que está relacionado com a capacidade intelectual da criança. O pressuposto do texto é que as habilidades lingüísticas estão ligadas à habilidades cognitivas. Outra teoria citada no texto é a teoria das diferenças linguísticas. Tanto essa como a dadeficiência, tem como carater comum a adequação do indivíduo na sociedade, aceitando a sociedade como ela é. Porém, isso não resolve o problema do fracasso escolar, pelo contrário, afirma a desigualdade social e foge da