Marajoaras
Por volta do ano 1.000 depois de Cristo, sociedades hierárquicas e populosas estavam estabelecidas ao longo das margens do rio Amazonas e seus principais afluentes. Explorando de maneira intensiva os recursos aquáticos e desenvolvendo agricultura nos solos férteis da várzea amazônica, aquelas populações desenvolveram complexas instituições sociopolíticas e uma rica cultura material. Pesquisas arqueológicas recentes têm demonstrado que sociedades extensas, hierárquicas e sedentárias ocuparam também a terra firme, fazendo parte de complexas redes de troca à longa distância. As trocas uniam as sociedades amazônicas e estabeleciam contatos que explicam as semelhanças culturais entre elas, expressas principalmente na produção da cerâmica e na arte rupestre. O povoamento da Ilha de Marajó tem por inicio no ano de 400 a 1400 d.C da nossa era, e a origem dos povos dessa fase vieram do noroeste da América do sul, chegando lá, construíram habitações, cemitérios e lugares para cerimonias. A ocupação pré-histórica na ilha foi, por longo tempo, abordada como uma sucessão de culturas cerâmicas. Acreditando que a analogia etnográfica poderia oferecer todas as informações necessárias sobre as sociedades pré-históricas no ambiente tropical. A fase marajoara é a quarta fase de ocupação da ilha. Sucessivamente, as fases de ocupação são: Fase Ananatuba (a mais antiga), a Fase Mangueiras, a Fase Formigas, a Fase Marajoara e a Fase Aruã. Destas cinco fases, a Fase Marajoara é a que apresenta a cerâmica mais elaborada, sendo reconhecida por sua sofisticação. Seu maior destaque artístico foi na produção da cerâmica, tendo ela como matéria-prima para diversos objetos, dentre eles os mais singulares: os vasos de uso doméstico e os vasos cerimonias e funerários. O período de produção desta cerâmica tão sofisticada esteticamente é chamado de "fase marajoara”. Com essa fase houve uma expansão máxima da cultura marajoara na ilha, com a ocupação das cabeceiras