Mar português
Fernando Pessoa
Tema: O mar - desgraça e glória do povo português.
Três partes lógicas:
1ª parte ⇒ Dois primeiros versos
É uma exclamação do poeta sintetizando as desgraças que o mar nos causou: "Ó mar salgado, quanto do teu sal/São lágrimas de Portugal!"
Muitas vidas se perderam. Muitos marinheiros foram vítimas de naufrágio ou morreram trespassados pelas flechas dos índios. 2ª parte ⇒ Restantes 4 versos da 1ª estrofe Justifica as contrapartidas negativas que o mar nos trouxe: ⇒Para que o mar fosse nosso, mães choraram, filhos rezaram em vão e noivas ficaram por casar. 3ª parte ⇒ 2ª estrofe Pergunta se valeu a pena suportar tais desgraças, respondendo ele próprio que tudo vale a pena ao ser humano dotado de uma alma de aspirações infinitas. → É que toda a vitória implica passar além da dor e, se Deus fez do mao o local de todos os perigos e medos, a verdade, é que, conquistado, é ele o espelho do esplendor do céu. As grandes dores são o preço das grandes glórias: "Deus pôs o perigo e o abismo no mar, mas nele é que espelhou o céu" (a glória). Recursos Estilísticos: Apóstrofe ⇒«Ó mar salgado, quanto do teu sal/São lágrimas de Portugal!» ⇔ Metáfora e Hipérbole
O Sal é amargo no sabor e as lágrimas são amargas não só no sabor, mas também no que elas traduzem de sofrimento e dor. ⇒Símbolo do sofrimento, de tantas tragédias provocadas pelo mar.
O som l repetido nas palavras fundamentais dos dois primeiros versos ⇒Sugere uma relação necessária e fatal entre as duas realidades: o mar e o sofrimento do povo português.
⇒A confirmar esse sofrimento aparecem as mães, os filhos, as noivas ⇔ três elementos importantes da família ⇒ Sugere que foi no plano do amor familiar que os malefícios do mar mais se fizeram sentir. Metáfora ⇒ «Por te cruzarmos...» (v.3) → Aponta para cruz, sofrimento.
Formas verbais ⇒ Choraram, rezaram, ficaram por casartraduzem sofrimento,