MAR IMENSIDÃO

Mar imensidão;

Abismo molhado
Labirinto de mistérios
Morada dos deuses
Refugio de gigantes
Conto de contos.

Descanso de náufragos
Repouso eterno de valentes
Leito escorregadio de batalhas profundas.
Os que muito te amaram
Eternamente dormem em teu seio.

Inimigo de ventos e tempestades,
Recebe-os e os refuta com fúria terrível de tuas águas.

Sem forma definida
Sem colorido.

Que usa o silencio como estridente música.

Uma onda vai ao encontro da outra que vem,
E assim permanece teu incansável trabalho e o
Transitar em tua trilha.

Quem traçou os teus limites?
E quando estes são transgredidos é grande a destruição.

Todos que se julgaram supremos e te desafiaram,
Estão hoje sepultados em teus abismos.

Quem traçou teus fundamentos?

Quem edificou teus alicerces?

Quem construiu as estradas de tuas ondas?

Quem te ensinou a dormir à noite?

Águas que te formam,
Águas que te vestem
Que te adornam.
Águas desejadas,
Águas navegadas.
Que criam e preservam vidas,
Que se movimentam ordenada e continuadamente.

Tal é a tua profundidade são também teus mistérios!
Como a negrura das noites sem luar sobre tuas águas,
É a clareza de teus rabiscos sobre tuas paginas.

Ó gigante em imensidão qual foi o ventre que te gerou?
E qual a madre que te deu à luz?

Próximo às tuas margens
Solitário, pasmo e pensativo eu te observo,
Admiro-te,

Contemplo-te:

Teus vestidos
Teu silencio
Teus ruídos
Teus rumores.

Tuas águas, tuas vidas:
Nelas não posso entrar,
Sobre elas não posso andar, correr, navegar...
Delas não posso beber...
Teus encantos
Teus prazeres
Tua sedução
Tua falsidade.

Quantos nelas já se foram!
E outros tantos sepultados!

Preciso ir, sou humano, sou mutável, sou mortal!!!

Adeus!!!!!!!!!