maquiavel
precisamente porque no seu tempo nasceu o mundo no qual nós continuamos a viver
(CROSE, 1921).
De acordo com Ferreira (1952), Maquiavel, que teria as primeiras ideias do
Estado Moderno, comprovou na prática, durante os meses que passou ao lado do Duque
Valentino, a organização política que se estava desenhando de modo vago em sua mente.
Viu um Príncipe saber formar homens e saber derrubá-los; ser justo com os governados e
implacável com os que ameaçavam a soberania do Estado. Viu alguém que ajudado pela
fortuna, possivelmente redimiria a Itália que esperava há muito tempo por seu redentor.
Nicolau Maquiavel elaborou uma teoria sobre o processo de formação dos
estados modernos. Para ele, o Estado não tem como função promover a felicidade e a
virtude, como tinha em mente o pensador grego Aristóteles, mais o Estado Moderno tem
características muito específicas, além de possuir sua própria técnica, ética e suas próprias
leis. O Florentino viveu em um período em que o território italiano era dividido em
inúmeros principados, dominados, em sua maioria, por tiranos. A elegibilidade desse poder
despótico tornava o exercício do poder político instável. Assim, ele apostava na
centralização estatal, o que eliminaria a extrema multipolarização do poder na Itália,
tornando efetivo o ato de governar (COSTA, 2008).
[...] “Uma das maneiras de considerar Maquiavel está representada na tendência
em convertê-lo num prisioneiro do seu tempo, de tal forma que ao autor do
príncipe não tenha projeção no futuro, e, quando a tenha, a mesma não vá além do
Estado de monarquia Absoluta. Para Maquiavel, o Estado significava, acima de
tudo, autoridade, preeminência, poder político (do Príncipe e do grupo político
dominante nas Repúblicas), os quais são exercidos sobre um determinado conjunto
de homens” (CROSE, 1921).
De acordo