Maquiavel

Nicolau Maquiavel: o Cidadão sem Fortuna, o Intelectual de Virtù.

Ao apresentar suas idéias a autora Maria Tereza Sadek começa opondo – se a todo e qualquer tipo de interpretação erronia acerca dos pensamentos de Maquiavel, responsáveis pelo ar traiçoeiro, ruim e "maquiavélico" que o autor florentino carrega, mesmo depois da morte.

A autora continua explicando que toda bagagem política de Maquiavel se dá por ele ter crescido em meio a uma sociedade confusa, repleta de governos frustrados. O que ela acredita ter sido uma escola para o desenvolvimento de pensamentos políticos que se adaptam à realidade dos tempos, independente da sociedade.

Observamos em seguida, que a autora entra no verdadeiro pensamento "antimaquiavélico", que tem seu fundamento na realidade, não podendo fugir dela para um campo ilusório, pois somente através da veritá effettuale ( verdade efetiva ) que o poder se sustenta, mas não para sempre. Segundo a intérprete, Maquiavel pensava viver em um mundo cíclico, sendo este regido pela política, que só ocorre por conseqüência das relações humanas. Relações essas que nunca seriam ensinadas ou reensinadas de acordo com um pensamento e sim controladas através do poder, ou até mesmo da força bruta. Por isso Maquiavel soou maligno para muitos. Indo por este caminho caímos em uma das questões extremamente enfatizadas por Maquiavel: a relação dominante e dominado. O segredo é descobrir o ponto de equilíbrio entre essas forças.

Seguindo esta linha de raciocínio, Maria Tereza encontra – se com a indagação de Maquiavel à respeito das duas formas institucionais cabíveis à sua época: Principado ou República? Segundo ele a escolha deveria ser feita observando – se o estágio em que a nação se encontrasse. Se ela já estivesse equilibrada, cumprindo fielmente sua função regeneradora e "educadora", a República já se faria necessária. Mas se essa nação se encontrasse desestabilizada seria preciso a concentração do poder em um homem virtuoso, para que