As meninas decentes não fumavam, não dançavam tango e não usavam o perfume Shalimar. Bem vindos aos “loucos anos 20″ do século passado. Cada geração pensa que a próxima vai causar o fim do mundo. Tem sido assim desde sempre, mas nos anos 20, logo depois da Primeira Guerra Mundial, esse sentimento foi cada vez mais forte especialmente no que dizia respeito às mulheres. Houve uma libertação das mulheres em geral: trabalhavam, votavam, algumas conduziam e muitas abdicaram dos espartilhos por considerarem que estes as prendiam tanto física como psicologicamente. As saias encurtaram e os cabelos também: na verdade, muitas meninas ficaram trancadas nos seus quartos até que o cabelo tornasse a crescer, por ordem dos seus pais. Beber bebidas fortes e ir a festas sozinhas ou com rapazes sem parentesco era, apesar de escandaloso, um prática de muitas jovens – terá sido a primeira revolução sexual de que há registo. Estrelas como Theda Bara, Clara Bow, Louise Brooks e Mary Pickford ditavam as modas nos filmes mudos e as mulheres seguiam. Até aos anos 20, a maquiagem era estigmatizada muitas das vezes e em anos recentes, a maquiagem era algo a ser escondido de pais, irmãos e maridos. Agora não: agora não usar sombra preta, batom vermelho ou mais escuro e pó de arroz era um símbolo de falta de status e falta de independência. Para começar, era importante que se arrancassem as sobrancelhas completamente e que, com a ajuda de lápis preto (independentemente da cor do cabelo) se desenhasse um arco ou uma linha muito mais acima de onde estavam as sobrancelhas anteriormente. De preferência, as sobrancelhas deviam apontar mais para baixo, para ajudar a criar uma expressão com olhos tristes e preocupados. A sombra também ajudava neste look – preta ou cinzenta e num “anel” em torno dos olhos era a moda para de dia ou para de noite. Era muito pouco esbatida mas, quando se esbatia, fazia-se de tal modo que ficasse mais alta no canto interno do olho do que no externo, fazendo assim com