Manifestações no Brasil
Como lembra Todorov (2010), as guerras civis são o resultado da intolerância dos dominadores. O povo descontente tomando as ruas aos borbotões, a ameaça de generalização dos quebra-quebras, a violência desferida contra os espaços de poder constituídos, entre outras coisas, obrigou a imprensa a um movimento de câmera mais solidário com o povo. Diante dos fatos, era preciso soprar com calma a fogueira explosiva em que se transformou o Brasil, de 10 a 21 de junho de 2013. Veículos de comunicação reacionários, como a Veja, apoiaram as manifestações, difundindo temores de ordem persecutória. Muitos aventaram a hipótese de golpe de Estado e a direita provou, mais uma vez, sua inegável inteligência e habilidade para produzir a acomodação das massas. Ainda assim, o povo saia às ruas.
A emergência dos acontecimentos, tendo lugar no contexto global da sociedade em rede, foi fartamente favorecida pelos usos sociais das redes sociais. A constituição de uma nova cultura tecnológica e suas formas correlatas de relações sociais em rede teve papel decisivo no desenho, curso e desdobramentos dos