Manifestações na Argélia
Há já 15 anos no poder, mas a sofrer de problemas de saúde que não o têm deixado exercer o cargo nas devidas condições, Bouteflika, de 76 anos, nem sequer tem sido visto muito em público desde que sofreu no ano passado um ataque cardíaco.
Há uma semana, ainda assim, o governo argelino, pela voz do primeiro-ministro Abdelmalek Selal, anunciou a recandidatura do Presidente, que conta com o apoio das forças militares argelinas e da Frente de Libertação Nacional, o maior partido político do país. Esse apoio garante, à partida, o quarto mandato a Bouteflika, o qual poderá nomear um vice-presidente para o ajudar a exercer o cargo.
O anúncio da recandidatura provocou a revolta de muitos argelinos. Algumas dezenas de pessoas, incluindo jornalistas e ativistas de direitos humanos, protagonizaram a manifestação deste sábado em Argel e gritaram nas ruas da capital por uma “Argélia livre e democrática”, afirmando que “15 anos [no poder] é suficiente” e recusando um quarto mandato do Presidente.
A polícia argelina procurou controlar os protestos e deteve os manifestantes um a um. Mais tarde, as autoridades viriam a liberta-los.
Os Protestos na Argélia em 2010-2012 são uma continuação da série de protestos realizados em toda Argélia a partir de Janeiro de2011. As causas citadas pelos manifestantes incluem o desemprego, a falta de habitação, a inflação dos alimentos, a corrupção, a liberdade de expressão e de más condições de vida. Enquanto os protestos localizados já são comum nos anos anteriores, que prorroga para dezembro de 2010, uma onda sem precedentes de protestos simultâneos e tumultos eclodiram em todo o país a partir de janeiro de2011. Estes foram subjugados por medidas do governo para reduzir os preços dos alimentos, mas foram seguidos por uma onda de auto-imolações, a maioria delas na frente de prédios do governo. Os