manifesta
2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de LGBT
Brasília, 15 de dezembro de 2011
Gestão Tempo de Luta e Resistência
Ilustração: Rafael Werkema/CFESS
www.cfess.org.br
assistentes
em defesa da dive sociais rsidade humana
T
ristão e Isolda, Aimée e Jaguar, Oscar Wilde e o Lord Alfred Douglas são algumas das belas expressões do amor – da ficção à realidade - que conhecemos. Todas marcadas por interdições. No entanto, as duas últimas têm algo em comum: a ideologia heterosexista que impõe a invisibilidade, o ostracismo social. Ou como nos diz Wilde, “o amor que não ousa dizer o nome”. Mas por que determinados amores não podem ousar dizer o nome? Por que as pessoas de identidade de gênero trans são cotidianamente interditadas em sua vida familiar e profissional? Responder a estas perguntas traduz o sentido e a relevância de, em pleno século XXI, permanecer fundamental a realização de conferências de políticas públicas e direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) em níveis municipal, estadual e nacional. Na verdade, impõe-se o desafio: em que medida tais espaços nos provocam a pensar sobre a diversidade humana? A 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos de LGBT acontece num tempo histórico em que vidas humanas são trans-
formadas em mercadoria e esvaziadas de sentido, porque o ter se sobrepõe ao ser. Caracterizam o tempo presente da maioria da população brasileira a intensa exploração e precarização da força de trabalho, o crescente desemprego, as variadas formas de violência e opressão. A barbárie ocupa a cena pública como algo banal e natural. Trata-se de um tempo sombrio em que se fazem avançar os conservadorismos, moralismos e fundamentalismos imanentes a esta ordem. É um tempo histórico em que o projeto anticivilizatório da sociabilidade capitalista invade todas as dimensões da vida social, empobrecendo o gênero humano,