MANDELA
Nascido em uma família da aristocracia nativa da África do Sul, em 1918, Mandela teve uma formação intelectual influenciada tanto pela herança cultural europeia quanto pela africana. A partir da década de 1940, passou a atuar no Congresso Nacional Africano (CNA), partido político sul-africano que lutava pelos direitos dos negros no país e contra a política segregacionista do apartheid.
O apartheid foi a consolidação institucional, através da legislação, de uma prática de separação entre brancos de origem europeia e negros do continente africano que vinha ocorrendo desde o processo de colonização da região, principalmente por parte dos colonizadores protestantes de origem holandesa, os bôeres ou africânderes. O apartheid consolidou-se após a Segunda Guerra Mundial, quando o Partido Nacional Africânder chegou ao poder. Uma série de leis foi promulgada, negando aos negros, que constituíam a esmagadora maioria da população, direitos sociais e políticos básicos.
O objetivo era realizar uma segregação total entre brancos e negros, impedindo os últimos de frequentarem os mesmos espaços públicos que os brancos, negando a eles o acesso à maior parte das terras cultiváveis do país e às riquezas naturais. Nas cidades, guetos que mais pareciam campos de concentração foram criados para isolar os negros, sendo ainda obrigados a portarem credenciais que garantiam ou não a deslocação pelo espaço urbano. Caso um negro não estivesse de posse de uma dessas credenciais ou fosse pego pelas forças policiais em locais proibidos, ele estava sujeito a ser encarcerado.
Mandela atuou inicialmente na juventude do CNA e durante parte de sua militância política defendeu uma resistência pacífica e a desobediência civil contra o regime do apartheid, como burlar as leis que separavam negros e brancos em espaços públicos. Entretanto, o recrudescimento da repressão contra os negros, suas várias prisões, seu banimento do CNA em 1961 e o massacre de Shaperville, em 1960, quando