Macunaíma
Macunaíma, um personagem tanto quanto sacana
Um herói cara de pau, que não quer saber de nada
A sensualidade e a "escrotidão" são sua espada
Aquele indiozinho que outrora era um salvador
Hoje vem nas letras com todo seu vigor
Sem querer, sem saber, sem se importar
Está Macunaíma, pronto a "atacar"
Um herói, anti-heroísta
Expresso na face de um ser mais que egoísta
Ora, mas não deveria ser sempre assim?
Afinal, do que não é capaz o ser humano quando está afim?
Afim de que? Pergunte assustado!
Calma, pode ser que não seja o que havia pensado!
Quando se quer algo, luta-se para conseguir
Então qual problema em lutar para sorrir?
Macunaíma é herói? SIM! Mas também é humano!
Não se espante ao vê-lo vivendo e errando
Hora respeitoso, hora indiferente, hora "Vagabundeando"
Vivendo, Amando, Sorrindo, Tran...mando
Ousadia, coragem e até mesmo amor
Fazendo parte da cria daquele autor
Que autor? De que cidade?
Em São Paulo, nascera Mario de Andrade
Bibliografia ousada, criativa e vasta
Que na época foi considerada nefasta
Engajado na força do modernismo
Chega de hipocrisia, de todo este cinismo!
Ainda ligados, idolatrando “O Guarani”
Marginalizado foi Macunaíma, pela sombra de Peri
Aquele “bom selvagem” fora remodelado, re-inventado
E para alguns, até mesmo melhorado, ultrapassado
Enfim, viva o moderno, o agora
E esqueça aquele herói de outrora
O novo herói, a criação daquele de Aurora
É este que representa a face do hoje, agora
Um homem em sua busca, sua jornada
Procurando reaver seu amuleto, presente de sua amada
Seu pequeno lagarto verde, seu muiraquitã
Fora parar nas mãos do gigante de Piaimã
“Matador” de gigante e derrotado por seu desejo ardente
Macunaíma e sua fraqueza deixaram Vei descontente
Cego pelo desejo, envolve-se com uma Iara que destroça-lhe até o coração
Encerrando tragicamente assim, a história do herói que deixou a terra para virar