LÍNGUA,
Elmo Jackson Trindade[1]
Introdução
Este ensaio teórico tem por objetivo refletir sobre a intencionalidade que envolve o uso da língua portuguesa no contexto histórico de dominação e colonização do Brasil pelos portugueses, bem como, sobre o uso da língua falada e escrita em nossos dias especialmente no domínio dos meios de comunicações de massa. Destaca-se a língua no processo de colonização do Brasil, que resultou na extinção de muitas línguas indígenas, revelando o poder destrutivo que ocorreu com a chegada dos portugueses no país (CASTILHO, 2001 ). O autor enfatiza que havia mais de um milhão de indígenas e, aproximadamente, 300 línguas espalhadas no território; sendo os Tupinambás as tribos que habitavam o litoral e que foram, processualmente, dizimadas, restando hoje em torno de 200 mil índios que falam 170 línguas.
Neste sentido, existia uma intencionalidade de poder e dominação, o que torna a língua opressora, pois , oferece uma estrutura a serviço do domínio de uma nação. Historicamente quando uma nação conquistava a outra, a língua do conquistador devia ser imposta ao conquistado, mesmo sendo por meio das armas.
No Brasil, a língua do colonizador sobrepujou à dos colonizados, o que justifica a extinção de muitas línguas indígenas pela ocupação portuguesa em todo território brasileiro. Este legado do Brasil colonial perdura até os nossos dias, e os diferentes usos da fala em uma mesma língua aparecem nos distintos níveis social, econômico e cultural, cuja adequação gramatical requer o acesso à língua como “instrumento de Poder” (PERINE, Mario 2004 ).
Este fato é característico das sociedades capitalistas, em que o ingresso ao poder é obtido por meio do acesso ao falar culto, pois este tem um caráter de poder, fruto de um sistema de poder que visa à continuidade. Nesse sistema fica evidente a relação de dominação entre a norma culta e suas variantes, que cumpre com as exigências das