Língua portuguesa
Francisco José Tenreiro: vida e obra
Francisco José Tenreiro: um poeta da africanitude
Francisco José Tenreiro a preto e branco
Antologia poética comentada: - "Ciclo do álcool" - "Romance de seu Silva Costa" - "Romance de sinhá Carlota" - "Exortação" - "Negro de todo o mundo" - "Canção do mestiço" - "Amor de África" - "Mãos"
FRANCISCO JOSÉ TENREIRO: VIDA E OBRA
Francisco José Tenreiro nasceu em São Tomé e Príncipe em 1921 e faleceu em 1963, numa altura em que se intensificava a Guerra Colonial. Geógrafo por formação, usou a poesia para exprimir a nova África, já não a dos postais ilustrados e dos povos, plantas e animais exóticos, mas a de um novo tempo, marcado pela fusão de culturas nativas.
Veio para Lisboa ainda bastante novo, numa altura em que nos Estados Unidos e na França se ouviam as novas vozes dos intelectuais negros a reclamarem os direitos e a proclamarem a identidade dos povos africanos. Tenreiro enquadra-se nesta corrente. Também ele viveu para exaltar a cultura da sua terra natal, se bem que não renegando certos valores adquiridos com a colonização. Por isso, mais do que o poeta da negritude, assume uma postura de defesa de todas as minorias étnicas, como é visível no poema “Negro de Todo o Mundo”. A sua poesia exalta o homem africano na sua globalidade, ou seja, a diáspora africana que se propagou por todos os cantos do mundo.
Publicou a sua primeira obra – Ilha de Nome Santo – na colecção coimbrã “Novo Cancioneiro”, integrando-se na corrente neo-realista que então surgia em Portugal. Poeta da mestiçagem, do cruzamento de culturas e de vozes, escreve, na “Canção do