Luziadas
Os Lusíadas dividem-se em quatro partes: a preposição, a invocação, a dedicatória e a narração onde se situa este episódio.
Para além destas quatro partes, a obra ainda se encontra dividida em quatro planos: a viagem de Vasco da Gama, a história de Portugal, o maravilhoso e as intervenções do poeta, sendo que este episódio se localiza no plano do maravilhoso. 2. Assunto do excerto O episódio da ilha dos amores expõe a vontade da deusa Vénus em premiar o seu tão amado povo lusitano com a oferta da paragem numa ilha paradisíaca, “fresca e bela”, encantada pela beleza da Natureza das “fontes límpidas”, da “verdura” e das “Mil árvores” que “estão ao céu subindo”. Nessa ilha maravilhosa, os portugueses foram cortejados e namorados pelas sedutoras ninfas, que obedecendo às ordens de Vénus ofereceram uma certa resistência de modo a que “se fizessem primeiro desejadas”.
Com o intuito de realçar a beleza da Ilha, Camões transmite uma gradação ascendente da vista sobre a mesma, iniciando com uma visão geral “Houveram vista da Ilha namorada” e transmitindo cada vez mais a sua aproximação “De longe a ilha viram”, acabando pelo aspeto completo desta, centrando a sua fauna e flora: “Três fermosos outeiros se mostravam”, “A cidreira com os pesos amarelos”. 3. Cinco recursos estilísticos e valor expressivo É possível encontrar cinco recursos estilístico em vários versos da Ilha dos amores sendo eles: a metáfora, “A laranjeira tem no fruto lindo /A cor que tinha Dafne nos cabelos”, o poeta pretende fazer a comparação da cor da laranjeira com a cor dos cabelos de Dafne, transmitindo assim a possibilidade de estes serem ruivos; hipérbole: “Três formosos outeiros se mostravam / Erguidos com soberba graciosa”.; adjetivação: “De longe a Ilha viram fresca e bela”, “Com pomos odoríferos e belos”, e