Luta e melancolia
Para Freud (1916), "O luto, de modo geral, é a reação à perda de um ente querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de um ente querido, como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim por diante”. Algumas pessoas, ao passar pela mesma situação de perda, em vez de luto, produzem melancolia, suspeita-se que estas pessoas possuem uma disposição patológica.
Freud nos mostra traços mentais distintivos da melancolia: desanimo profundamente penoso; cessação de interesse pelo mundo externo, perda da capacidade de amar, inibição de toda e qualquer atividade, e diminuição dos sentimentos de auto-estima a ponto de encontrar expressão de recriminação e auto-envelhecimento, culminando numa expectativa delirante de punição”.
Freud aponta que a perturbação da auto-estima está ausente no luto.
Freud diz ainda que o luto (normal) é um processo longo e doloroso, que acaba por resolver-se por si só, quando o enlutado encontra objetos de substituição para o que foi perdido; Pois o sujeito aprender a viver no mundo sem o objeto perdido.
O trabalho de luto consiste principalmente no teste da realidade, ou seja, restabelecendo o contato com o mundo real, descobrindo ou redescobrindo que a pessoa amada não existe mais.
Para justificar essa proposição, Freud faz uma série de comparações entre o luto e a melancolia, tentando mostrar o que ocorre psiquicamente com o sujeito em ambos os casos.
Para Freud (1916), no luto, há uma perda consciente. Na melancolia, o objeto talvez não tenha realmente morrido, mas tenha sido perdido enquanto objeto de amor; a pessoa sabe quem perdeu, mas não o que perdeu nesse alguém.
"A melancolia está de alguma forma relacionada a uma perda objetal retirada da consciência, em contraposição ao luto, no qual nada existe de inconsciente a respeito da perda”. Freud (1916) Os sentimentos negativos são expressos contra o self, e a pessoa se torna deprimida.
O paciente representa seu ego como se fosse