Ludico
Instrumentação da Educação
A instrumentação da educação, mais que a simples preparação de quadros técnicos, depende da harmonia obtida entre a vocação ontológica do homem, um ser "situado e temporalizado", e as condições especiais desta temporalidade e desta situacionalidade. Quanto mais for levado e refletir sobre sua situacionalidade, sobre seu enraizamento espaço-temporal, maiior será sua consciência crítica de compromisso com a realidade, da qual, porque é sujeito, não deve ser simples espectador, mas deve intervir cada vez mais.
Por isso, a educação, para objetar um sujeito, deve estabelecer uma relação dialética com o contexto da sociedade à qual se destina, fugindo do falso dilema "humanismo-tecnologia", que poderia resultar na derrota na batalha do desenvolvimento, no lado humanista, ou na massificação, no lado tecnicista.
O Homem como um Ser de Relações
O homem não só está em, como está com a realidade, que é objetiva e com a qual ele se relaciona. Diferentemente de simples contatos, as relações do homem com a realidade guardam em si conotações de pluralidade, criticidade, conseqüência e temporalidade. A pluralidade envolve a reação do homem a uma ampla variedade de desafios do mundo, na medida em que não se esgota num tipo padronizado de resposta, mas busca a melhor resposta.
A sua capacidade de separar órbitas existenciais, de discernimento do tempo e de sua dimensão, permitiram ao homem tomar consciência de sua temporalidade e de sua historicidade, o que transforma suas relações com a realidade em algo conseqüente. E fugindo da mera passividade, o homem, criando e recriando, integrando-se às condições de seu contexto, lança-se no domínio que lhe é exclusivo, o da história e da cultura.
E essa integração, que se aperfeiçoa na medida em que o homem se faz crítico, lhe dá consciência de sua temporalidade. E é porque se integra na medida em que se relaciona, e não somente se julga e se acomoda, que o homem