Lucíola
No capítulo XXI, Lúcia tenta convencer Paulo a se casar com Ana, já que se considera indigna.
“- Agradeço-te essa palavra; mas recuso o sacrifício. Se a tua bondade por mim não te cegasse neste momento, me darias razão. Há sentimentos e gozos que ainda não sentiste, e só uma esposa casta e pura te pode dar. Por mim te havias de privar de tão santas afeições, como são o amor conjugal e o amor paterno?”
(Lucíola, cap XXI, pág. 171.)
Seria uma maneira de eternizar o amor de ambos, mas Paulo discorda e explica que ela ainda sim existiria entre eles. No decorrer do diálogo, Lúcia sente uma forte dor ao perceber que está grávida e este “susto” acaba por tirar a vida do bebê. O médico diz a Lúcia que ela sobreviveria se tomasse o remédio para expeli-lo, mas ela se nega e diz servir de túmulo para este. Lúcia pede a Paulo que, se não como marido, que fosse pai de Ana porque ela precisaria muito e ele a prometeu. . A protagonista morre nos braços de seu amado e assim o amando por toda a eternidade. Na obra de José Alencar, o amor está fortemente conectado à religiosidade. Quando Lúcia percebe que ama Paulo, ela passa a se chamar Maria da Gloria, voltando-se para Deus.
O romantismo se faz presente no capitulo XXI no momento em que Lucíola, perante a um amor impuro, percebe que nem mesmo um filho ela mereceria por se tratar de um vínculo incerto, restando-lhe somente a morte. Assim, ela deseja morrer nos braços do homem amado traduzindo a relação de amor e morte. Há também o sentimento melancólico quando Lúcia anuncia que morrerá junto com seu filho e que ela servirá de túmulo.
JANEIRO