Lucíola
Logo após ter chegado ao Rio de Janeiro, vindo de Olinda, em 1885, com cerca de 25 anos, Paulo foi convidado por um amigo, Dr. Sá, para acompanhá-lo à festa da Glória, quando uma jovem bela mulher lhe atraía os olhares que, de início, não a identificara como uma cortesã.
Ao ver Lúcia, assim se chamava a mulher, teve a impressão de que já a conhecia. Ele lembra, à noite, que já havia a visto antes, no mesmo dia em que chegou ao Rio de Janeiro, em um carro puxado por dois cavalos e que falara como deveria ser pura aquela mulher, para um companheiro ao seu lado, e depois disso alcançara-lhe o leque que deixara cair na rua.
Lúcia era uma mundana de rara beleza e aspecto suave, o que fazia que ela era uma mulher inocente e ingênua, essa foi a impressão que levou Paulo a apaixonar-se por ela, mesmo um tempo depois descobrindo quem ela realmente era.
Lúcia era complexa nas alternativas da sua vida e no seu temperamento, boas nas intenções, mas devassa na prática da vida que levava, interesseira e queria conseguir dinheiro fácil. Com um passado de muito luxo e dissipação, se apaixona da maneira mais romântica pelo cara que nela descobrira a bondade e a ternura.
Tendo Paulo visto Lúcia na festa de Glória, foi apresentada para ele pelo seu companheiro, que a conhecia e fora seu amante. Mesmo assim, ele continuou a idealizá-la como a mulher perfeita, até nas visitas que passou a fazer a seguir, inocentes e cordiais, só algum tempo depois é que se tornaram amantes. Cada vez mais, ele prendia-se a ela por um amor apaixonado que ultrapassava a simples satisfação do sexo, e ele sentia que ela também, na maneira de tratá-lo, o amava realmente. A maior prova disso foi no seu afastamento de tudo para dedicar-se a ele. Nas brigas e reconciliações, no ciúmes e no arrependimento, chegaram a se juntar e viver o amor que queriam.
Lúcia contou a ele sua história, sua família viera morar na Corte e viviam dignamente, até que a