Lucilene
A literatura infantil e juvenil se construiu sobre dois principais conceitos e padrões de pensamento e comportamento, a partir de sua temática e preocupações formais, ancorados na perspectiva temporal: passado (Literatura Infantil e Juvenil Tradicional) e do presente (Nova Literatura Infantil e Juvenil). À primeira posição (a Tradicional), estão elencadas as seguintes características: individualismo; obediência absoluta ao sistema; sistema social conservador; moral dogmática; sociedade sexófoba; valorização do passado; concepção da vida como sofrimento; racionalismo; racismo; concepção da criança e do jovem como sinônimos de “adultos em miniatura”. Em oposição à visão tradicional da literatura infantil e juvenil, surge um novo padrão literário destinado a este público, caracterizado por: espírito comunitário; descrédito da autoridade; sistema social em transformação; moral da responsabilidade do Eu; sociedade sexófila; redescoberta do passado; concepção da vida como mudança contínua; valorização da intuição; antirracismo; concepção da criança e do jovem como “seres em formação”.
Para que a fruição do leitor com a literatura infantil e juvenil seja mais efetiva, é necessária a adequação dos textos aos estágios de desenvolvimento da criança e do jovem, considerando não só sua idade cronológica, mas também seu nível de maturidade biológica, psíquica, afetiva e intelectual. A Psicologia Experimental observa cinco estágios desse desenvolvimento: 1. “pré-leitor” (1ª infância: 15-17 meses aos três anos; 2ª infância: a partir dos dois-três anos); 2. “leitor iniciante” (a partir dos seis-sete anos); 3. “leitor em processo” (a partir dos oito-nove anos); 4. “leitor fluente” (a partir dos dez-onze anos); 5. “leitor crítico” (a partir dos 12-13 anos).
Aula-tema 02: Literatura infantojuvenil: arte literária ou pedagógica?
A primeira posição observa que a literatura é arte, na medida em que o livro destinado a