CERTEZA—A certeza tem quase sempre um matiz subjectivo; não pode confundir-se, portanto, com os diversos sentidos da crença, nem tão-pouco com a evidência. Os escolásticos definiam a certeza como um “estado firme da mente” e distinguiam entre diversos tipos de certeza, especialmente entre certeza subjectiva e certeza objectiva. 1: a certeza subjectiva tem, por assim dizer, dois graus; a meramente subjectiva, isto é, que não se funda numa certeza objectiva, e a propriamente subjectiva, que se funda nela. 2: a certeza objectiva não se relaciona quer com o assentimento firme do espírito, quer com o próprio fundamento desse assentimento. A certeza é então a base objectiva de todo o assentimento firme, e pode considerar-se ou como uma evidência objectiva ou como a segurança derivada da autoridade de um testemunho. Neste ponto, o problema da certeza roça até coincidir com o problema da evidência. Na época moderna, não se desmentiu no substancial a anterior concepção, mas procurou-se desenvolver o aspecto _essencial da certeza. A definição habitual de certeza foi, além disso, a mais ampla; segundo ela, a certeza é um acto do espírito pelo qual se reconhece sem reservas a verdade ou falsidade de uma coisa ou, melhor, de uma situação objectiva. A evolução última do termo impediu que o situemos facilmente entre os diversos tipos de adesão. Por isso alguns autores tentaram reduzir a certeza à certeza moral, que seria uma certeza de tipo evidente devido à impossibilidade de afirmar ou demonstrar algo contrário à vida. CIÊNCIA—Etimologicamente, _ciência equivale a “o saber”. Contudo, não é recomendável ater-se a esta equivalência. Há saberes que não pertencem à ciência, Por exemplo, o saber que por vezes se qualifica de comum, ordinário, ou vulgar. Parece necessário qual o tipo de saber científico e distinguir entre a ciência e a filosofia. À medida que se foram organizando as chamadas ciências particulares e se foi tornando mais intenso o movimento de