Logica do Capital e o Estado de Classes
25-01-2013
O capital para Marx tem uma ideia histórico-dialética, que segundo ele nasce da moeda através da circulação de mercadorias, constituindo uma fase histórica que começa no século XVI, com os rudimentos de um mercado mundial e da suporte para a origem do capital, a moeda aparece então como a forma última e superior. "Este produto último da circulação das mercadorias é a primeira forma sob a qual se manifesta o capital. Do ponto de vista histórico, o capital ergue-se por toda parte contra a propriedade territorial 1, sob a forma de dinheiro, como numerário, como capital mercantil e capital usurário... O mesmo fenômeno desenvolve-se diariamente aos nossos olhos. Na sua primeira entrada em cena, isto é, na sua primeira aparição no mercado, quer se trate do mercado de mercadorias, do de trabalho ou de moeda, o capital reveste sempre a forma dinheiro, a forma de um dinheiro que, por processos determinados, deve transformar-se em capital". (O Capital, livro I, capítulo IV).
Marx prossegue, então, no estudo dos processos pelos quais a moeda se transforma em capital e verifica que a forma sob a qual a moeda circula como capital é a inversão exata da forma sob a qual ela circula como equivalente geral das mercadorias. O simples possuidor de mercadorias vende aquilo que não precisa para comprar o que tem necessidade. O capitalista rudimentar começa por comprar aquilo de que ele próprio não tem necessidade para vender mais caro, recuperando o valor “dinheiro” primitivamente aplicado na compra acrescendo um excedente em dinheiro, que Marx denomina de mais-valia (D-M-D’).
A mais-valia por sua vez não pode vir de um mercador comprando um produto abaixo de seu valor e nem de vendê-lo acima do mesmo. Ela também não pode vir igualmente do dolo, porque este pode muito bem enriquecer um em detrimento de outro, mas não aumentar a soma total possuída por um e por outro, nem, por conseguinte, a soma dos valores em