UMA AN LISE DOS 1
ROBERTA IBAÑEZ
Os pesquisadores costumam discutir bastante se o Estado foi o pressuposto necessário para o capitalismo ou se foram as relações capitalistas que forçaram a criação do Estado. Contudo, não é possível estabelecer uma relação causal tão unívoca. Na verdade, tanto o capitalismo quanto o Estado surgiram em decorrência de um complexo processo histórico e seu desenvolvimento foi condicionado reciprocamente. Na Europa ocidental, onde esse processo teve origem, foram as condições econômico-políticas da época que desencadearam o surgimento e evolução desses novos mecanismos de dominação. Com o feudalismo em crise, os interesses opostos começaram a entrar em conflito e inúmeras guerras foram travadas. Quanto mais guerra e mais tecnologia de armas, mais dinheiro era necessário, sendo que a captação de recursos só era possível com o aumento da contribuição por parte dos súditos. Esse movimento deu origem ao Estado centralizado quese concentrou, primeiramente, sobretudo nas áreas financeira e militar.[1]
Assim, a afirmação de que o Estado seria a superestrutura do capitalismo é equívoca, tendo em vista que ambos surgiram concomitantemente, em uma complexa correlação. As estruturas sociais do sistema capitalista surgiram por meio da ação social, na qual a violência desempenhou um papel de destaque. Isso vale também para o aparecimento do aparato estatal autônomo e centralizado.
Segundo Joachim Hirsch, as estruturas sociais e as relações econômicas e de dominação se originam da ação dos indivíduos, que é orientada por interesses distintos e conflituosos, pois eles não podem dominar as condições sociais de sua existência pela ação direta, nem escolher suas relações recíprocas livremente, dependendo diretamente da exploração de sua força de trabalho pelo capital para satisfazerem suas necessidades básicas.
Isso significa que as relações sociais se manifestam em