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A expressão "amor de Deus" tem duas acepções bem diferentes: uma em que Deus é objeto – indica o nosso amor p/ Deus; e a outra em que Deus é sujeito: indica o amor de Deus por nós. O homem, mais propenso por natureza a ser ativo que passivo, seguiu esse caminho, falando, em certas épocas, quase só do "dever" de amar a Deus (De diligendo Deo).
Mas a revelação bíblica dá a prevalência ao segundo significado: ao amor "de" Deus, não ao amor "por" Deus. A bíblia diz que: Deus cria e move o mundo porque ama o mundo. O mais importante do amor de Deus não é que o homem ama a Deus, mas que Deus ama o homem e o ama "primeiro": "Nisso está o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas Ele quem nos amou" (1 Jo 4,10). Disso depende todo o resto, incluída a nossa própria possibilidade de amar a Deus: "Nós amamos porque Ele nos amou primeiro" (1 Jo 4,19).
1. O amor de Deus na eternidade
João não nos apresenta só um Deus que ama, mas um Deus que é amor. "No princípio era o amor, o amor estava junto de Deus e o amor era Deus": assim podemos destrinchar a sua afirmação "Deus é amor" (1 Jo 4,10).
Toda a bíblia não faz senão "narrar o amor de Deus". Esta é a notícia que sustenta e explica todas as outras. Se Deus não fosse amor, teríamos mais a temer do que a nos alegrar com a sua existência, como ocorria nos primeiros povos e civilizações. A fé cristã nos assegura justo isso: Deus existe e é amor!
Por que os cristãos crêem na Trindade? A resposta é: porque crêem que Deus é amor. O direito e o poder podem ser exercidos por uma só pessoa. O amor não.
Não há amor sem que seja de algo ou de alguém. Quem é que Deus ama, para ser definido amor?
A resposta da revelação cristã que a Igreja recolheu de Cristo e explicitou no seu credo: Deus é amor em si mesmo, antes do tempo, porque desde sempre Ele tem em si um Filho, o Verbo, a quem ama com amor infinito, que é o Espírito Santo. Em todo amor há sempre