Locke x hobbes
Gervásio de Tilbury e o mapa-múndi de Ebstorf: narrativa, imagem e representação e representação do espaço.
Maria Eurydice de Barros Ribeiro
Universidade de Brasília
O mapa-múndi de Ebstorf é bastante conhecido e citado nos livros de história da cartografia pela sua beleza e dimensões.Trata-se de uma carta mural desenhada a partir do mapa de Mogúncia , mais de um século depois, mas, que repete o mesmo traçado cartográfico e discurso geográfico
demonstrando, mais uma vez, a longa duração dos
elementos de representação e do sistema de crenças que o sustenta.
A carta de Ebstorf ficou conhecida pelo nome do mosteiro que abrigou o seu original. . Por muito tempo, sua datação e autoria permaneceram desconhecidas. Levantou-se a hipótese de que os Beneditinos do Mosteiro de São
Miguel, próximo a Lüneburgo teriam se apossado do manuscrito Otia Imperialia de Gervásio de Tilbury e feito o desenho da carta com base no mesmo. Discordando que o mapa-múndi tenha sido obra de vários monges, Kupcik, com base na unidade dos caracteres e da pintura, afirmou que o “escriba” e o pintor teriam sido a mesma pessoa. Finalmente,
Armin Wolf, em estudo apresentado em Paris em 1987, datou-a por volta de 1239 e atribuiu sua autoria ao próprio
Gervásio de Tilbury 1 . Destruída em 1943, durante o bombardeio de Hanover, o mapa-múndi de Ebstorf é considerado o maior mapa-múndi medieval de que se tem notícia. Distinguia-se das cartas medievais do mesmo grupo pela profusão das cores: dezesseis nuances na primeira versão. De forma circular e medindo três metros e meio de diâmetro, consumiu trinta folhas de pergaminho em sua elaboração 2 .
Gervásio de Tilbury dedicou os Otia Imperialia, - Divertimentos para um Imperador- 3 , a Oto de Brunswick. A obra constitui uma espécie de enciclopédia de maravilhas do mundo e da natureza, contada em pequenas notícias e histórias, enquadrando-se na literatura dirigida aos