lobolo
A compreensão do significado do lobolo é de extrema importância para as nossas sociedades, principalmente no âmbito da cultura dos povos do sul de Moçambique. O presente trabalho vem, portanto, abordar factos relacionados com o lobolo em Moçambique: “um velho idioma para novas vivências conjugais”, nomeadamente, seu significado, as fases do lobolo, sua cronologia, entre outros pontos. O objetivo do trabalho é explicar o significado da prática do lobolo por povos de algumas regiões de Moçambique, especificamente, a região sul do País. Um objetivo adicional consistiu em entender as razões que norteiam a importância que os atores sociais das zonas urbanas continuam a atribuir aos rituais e à oferta de bens associados ao lobolo perante as pressões da «modernização».
O trabalho está hierarquicamente organizado de acordo com as regras de organização de trabalho académico regidas pela Universidade Pedagógica.
As fontes usadas ao longo do desenvolvimento do trabalho estão detalhadamente apresentadas na última página do trabalho que contem a bibliografia geral do trabalho. As ideias fundamentais e a compreensão dos demais assuntos abordados no desenvolvimento do trabalho fazem a conclusão.
2. Lobolo no sul de Moçambique (breve revisão teórica)
De acordo com Paulo Ganjo, ao longo do tempo, o lobolo em Moçambique foi sendo apresentado na literatura ora como prática retrógrada a eliminar, ora como prática e expressão cultural imaculada, parada no tempo e resistente a qualquer alteração, ora como instrumento de subjugação da mulher dentro do lar (Agadjanian, 1999; Osório e Arthur, 200), e ainda como cerimónia com função integradora da sociedade.
GANJO, citando alguns autores (ex: Cipire, 1996) consideram que no sistema patrilinear o lobolo é encarado como uma troca de serviços entre duas famílias pertencentes a clãs diferentes. De acordo com Cipire (1996: 58), está na origem do lobolo o valor que em África é dado à mulher.