Lobolo
Em qualquer que seja o âmbito profissional urge a necessidade de ter em conta o nosso pessoal alvo, no que respeita a(s) cultura(s), a redescoberta da personalidade e a socialização, pilares fundamentais da vida em sociedade. Moçambique é um país povoado por vários universos culturais, tornando rico o campo da reflexividade em torno da cultura. Contudo, a referida riqueza, por outro lado complexifica o exercício do desenho de intervenções sociais, emergindo o risco de universalização de intervenções a todo o lado nacional, sem proceder aos devidos ajustes culturais, potenciando fracasso, desperdício de recursos financeiros bem como frustração nos potenciais beneficiários.
É a partir destes propósitos que nos propusemos analisar esta cadeira. Mas antes de nos debruçarmos sobre a Antropologia no geral e da Antropologia Cultural de Moçambique em particular, deparamo-nos com uma série de indagações, maior parte das quais semelhantes a estas:
1. O que é a Antropologia? 2. Será a Antropologia uma Ciência? 3. O que faz da Ciência uma Ciência? 4. O que faz da Antropologia uma Ciência? 5. O que é Antropologia Cultural? 6. O que é Antropologia Cultural de Moçambique? 7. Haverá vantagem alguma no estudo da Antropologia? 8. Porque é que a análise antropológica cultural tem maior expressão nas zonas rurais, tradicionalmente férteis e não necessariamente para zonas urbanas? Será uma situação histórica da própria Antropologia?
É destas e muitas outras inquietações que apoquentam a própria existência humana, que se vê obrigada a fazer uma análise minuciosa e crítica para desvendar o mistério deste “Homem” político, social e sobretudo fazedor de cultura.
I. ANTROPOLOGIA
1.1. Estatuto de Cientificidade da Antropologia
Qualquer que seja a ciência para se designar como tal, precisa necessariamente de clarificar o seu estatuto mediante a demonstração do seu objecto material e imaterial, seu objectivo ou finalidade a