Lixiviação
Nestor Cezar Heck – UFRGS / DEMET
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1 Lixiviação
1-1 O que é?
É a dissolução do mineral do metal de valor pela água ou por uma solução aquosa do agente lixiviante.
1-2 Emprego
O processo de lixiviação é executado com o objetivo único de separação.
A lixiviação consiste, tipicamente, na remoção do metal de valor de modo a separá-lo de uma grande massa de ganga com um beneficiamento mínimo do minério. Contornam-se, dessa forma, os custos associados ao tratamento do minério. O procedimento segue com processos extrativos hidrometalúrgicos.
Em alguns casos, a lixiviação também é usada para a remoção de impurezas. Quando realizada com este objetivo, o processo é chamado de lixiviação inversa, ou beneficiamento hidrometalúrgico. O mineral do metal de valor permanece no estado sólido.
Paradoxalmente, o caso do metal alumínio – a mais importante aplicação da lixiviação – é intermediário entre os citados acima, onde o teor do minério contendo o metal de valor é elevado e a lixiviação é feita basicamente para deixar intocadas as impurezas 1. O procedimento segue com processos extrativos hidrometalúrgicos.
1-3 Considerações gerais
A capacidade de tratar minérios com baixos teores, dispensando o seu beneficiamento, é a característica básica da lixiviação, que se fundamenta na especificidade do agente de lixiviação empregado. Idealmente, e de maneira geral, ele deve ser: (i) barato; (ii) específico – para não reagir com a massa de minerais da ganga e assim dissolver elementos indesejados;
(iii) solúvel em água; e (iv) reciclável – para não elevar os custos do procedimento extrativo.
Na lixiviação, os reagentes mais comuns são (ver Tabela 1-1): ácido sulfúrico, sulfeto férrico, amônia e carbonato de amônio. O ácido sulfúrico é usado com minerais da classe dos óxidos; sal férrico oxidante é empregado no ataque a sulfetos, e as soluções amoniacais são empregadas na lixiviação de cobre nativo ou