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Após ser completamente tragado pela leitura de O Mercador deVeneza, mal podia esperar para continuar a desbravar as obras do dramaturgo inglês. O escolhido da vez foi Sonho de Uma Noite de Verão, por indicação da nossa querida parceira Aione, do Blog Minha Vida Literária.
A obra conta a estória de quatro jovens apaixonados em um mundo onde criaturas mágicas do imaginário popular — tais como elfos, fadas e duendes — tem o poder de interferir na vontade humana. Além disso, temos algumas tramas paralelas, como o grupo de trabalhadores que se prepara para apresentar uma peça durante o casamento do Duque de Atenas.
Sonho de Uma Noite de Verão me pareceu, entre as peças que li, a mais despretensiosa de Shakespeare. O tom leve somado a uma trama simples e linear dá a entender que a intenção do autor era criar uma peça cômica, que nada se aproxima as suas conhecidas tragédias amorosas. E, por estes motivos, creio que surpreende menos o leitor.
Mais uma vez a desnecessidade da narrativa me surpreendeu. Shakespeare consegue transmitir as emoções dos personagens e as descrições das cenas apenas com diálogos. Além disso, o autor também utiliza as conversas para caracterizar os mais diferentes personagens. Isso sim que é trabalho de mestre!
Mesmo contando com um vocabulário rebuscado, saliento que este não atrapalha o ritmo de leitura.
Embora seja uma leitura válida, devo dizer que entre as obras de Shakespeare foi a que menos me agradou. Particularmente, achei que a mistura entre fantasia e romance não encaixou muito bem. Além disso, os muitos personagens e tramas paralelas