Livro sobre a lua.
I. O Gun-Club
II. Comunicação do presidente Barbicane
III. Efeito da comunicação Barbicane
IV. Resposta do observatório de Cambridge
V. O romance da Lua
VI. O que não é possível ignorar e o que já não é permitido acreditar nos
Estados Unidos
VII. O hino da bala
VIII. História do canhão
IX. Questão da pólvora
X. Um inimigo por vinte e cinco milhões de amigos
XI. A Florida e o Texas
XII. Urbi et orbi
XIII. Stone's-Hill
XIV. Alvião e trolha
XV. A festa da fundição
XVI. A Columbiada
XVII. Um despacho telegráfico
XVIII. O passageiro do Atlanta
XIX. Um meeting
XX. Ataque e réplica
XXI. Como um francês arranja uma pendência de honra
XXII. O novo cidadão dos Estados Unidos
XXIII. O vagão-projétil
XXIV. O telescópio das Montanhas Rochosas
XXV. Últimos pormenores
XXVI. Fogo!
XXVII. Céu encoberto
XXVIII. Um astro novo
I
O Gun-Club
Durante a guerra federal dos Estados Unidos fundou-se, na cidade de
Baltimore, mesmo no centro do Maryland, um novo clube de grande influência. É notória a energia com que se desenvolveram os instintos militares por entre aquela população de armadores, de negociantes e de maquinistas.
Insignificantes mercadores saltaram por cima do balcão e acharam-se de improviso transformados em capitães, em coronéis e até em generais, sem terem passado pelas escolas de aplicação de West-Point [1]; em curto espaço foram na arte da guerra dignos rivais dos colegas do velho continente, e, à imitação destes, alcançaram, à força de prodigalizar balas, milhões e homens, brilhantes vitórias.
Mas em que os americanos excederam singularmente os europeus foi na ciência da balística; e não porque as armas americanas atingissem mais elevado grau de perfeição, senão porque apresentaram dimensões desusadas, e tiveram por consequência alcances correspondentes e até então desconhecidos.
Pelo que diz respeito a tiros rasantes, emergentes ou em cheio, a fogos de escarpa de enfiada ou de revés, já não têm, ingleses,