Literatura Maranhense
ALUÍSIO E O MARKETING LITERÁRIO
Fala-se muito, atualmente, da importância do marketing para a valorização das letras e da cultura em geral. Sabe-se que, no estágio de evolução em que estamos, torna-se muito difícil promover um produto sem a assessoria de profissionais que entendam a linguagem da mídia e que possam reverter situações aparentemente difíceis.
No que diz respeito à divulgação e à venda de livros, podemos encontrar já no século passado o dramático depoimento de Aluísio Azevedo, um dos grandes nomes da literatura brasileira, afirmando que pouco adianta escrever, pois “não há público leitor” e “uma edição de dois mil exemplares leva anos para esgotar-se”. Hoje, em pleno final do século XX, podemos notar que a situação pouco mudou. As edições, salvas exceções cada vez mais raras, continuam sendo pequenas e o público continua a não prestigiar as obras literárias.
Mas, deixando de lado a atualidade e voltando para o final do século passado, podemos afirmar que é o próprio autor de O Mulato um dos primeiros homens das letras brasileiras a usar o marketing para promoção de suas publicações. Sabe-se que Aluísio escrevia suas obras de acordo com as circunstâncias financeiras por que passava sua vida, sendo ele inclusive considerado um dos primeiros homens do Brasil a viver dos frutos de sua obra. Parte de sua bibliografia foi escrita com intuito de apenas conseguir dinheiro para seu sustento, constituindo o que ele mesmo chamou de obras comerciais (no caso, seus livros de cunho romântico). No entanto, quando não precisava alugar sua penas para agradar ao público leitor de sua época, o escritor dedicava-se a confeccionar o que ele convencionou chamar de obras artísticas (as de caráter naturalista).
Dono de grande inteligência, Aluísio Azevedo, desde a publicação de O Mulato(1881), usava a mídia da época, no caso as publicações periódicas em jornais, para divulgar o que estava escrevendo. Em brilhante levantamento sobre as