A linguística constitui a ciência que estuda a linguagem verbal humana. Assim como toda ciência, ela se baseia em observações que são conduzidas através de métodos com fundamentação em uma teoria. Diante disso, compreende-se que a função de um linguista é estudar e entender as manifestações linguísticas como um fato merecedor de descrição e explicação dentro de um quadro científico adequado. Através disso, por exemplo, para um linguista se torna muito mais interessante uma expressão de caráter coloquial do que a forma correta-padrão, como se observa nas passagens a seguir: “Cumé qui é?” x “Como é que é?” Isso ocorre porque as variações linguísticas e seus motivos socioculturais são muito mais relevantes, cientificamente, do que a norma padrão da língua, o que significa o jeito correto de se falar. A maneira de falar e se expressar exprimem toda uma cultura, história, e principalmente, as necessidades, mostrando como aquele grupo enxerga e compreende as coisas, os objetos, a natureza e como, a partir disso, fazem sua própria denominação. O desejo do linguista é descobrir como a língua funciona, estudando várias delas através de dados baseados na experiência, dando preferencia às variações populares faladas em diversas comunidades. Os critérios de coleta, organização, seleção e análise dos dados linguísticos obedecem a uma teoria linguística expressamente formulada para essa finalidade. “A linguística é o estudo científico da linguagem humana. Diz-se que um estudo é científico quando se baseia na observação dos fatos e se abstém de propor qualquer escolha entre tais fatos, em nome de certos princípios estéticos ou morais. ‘Científico’ opõe-se a ‘prescritivo’. No caso da linguística, importa especialmente insistir no caráter científico e não prescritivo do estudo: como o objeto desta ciência constitui uma atividade humana, é grande a tentação de abandonar o domínio da observação imparcial para recomendar determinado comportamento, de deixar de notar o que