linguagens
O autor Citelli, neste momento de introdução da sua obra, aos leitores esclarece que a informação não se furta das práticas persuasivas, ainda que sutilmente enraizadasnas entrelinhas da argumentação do emissor/enunciador, dirigidas a um receptor/destinatário. Para demonstrar de modo bem claro o exposto, ele compara o elemento persuasivo como a pele que envolve ocorpo dos animais.
Seu objetivo é demonstrar como os discursos argumentativos das mais variadas instâncias são articulados a partir de ideologias; fornecer um rumo de pesquisa para o assunto que oradescortina, visto que muitas reflexões complementares são necessárias; e por último, espera contribuir ao leitor meios proficientes de identificar formas persuasivas, bem como refletir sobre osdiversos tipos existentes de discurso.
2 A tradição retórica
O autor é ciente da importância da historicidade das relações sociais, e é por essa razão que traz um apanhado histórico do surgimento daretórica, tradição que remonta aos gregos do período antigo, por ser fundamental àquele tempo que tribunos e oradores manejassem com habilidade as estratégias argumentativas a fim de persuadir seupúblico, não apenas falando por falar, mas conciliar convencimento, elegância, arte e espírito. Essa harmonia era chamada de retórica.
O conceito original de retórica foi se transformando no decorrer dosséculos, inclusive com idéias pejorativas. Segundo o autor Citelli, transformou-se em sinônimo de recursos embelezadores do discurso, deixando a noção de composição harmoniosa para efeito estilísticoonde priorizava-se o uso de palavras incomuns, belas, com o único fim de enfeitar.
Citelli nos apresenta o clássico Aristóteles sob uma perspectiva desmistificada, ao dizer que ele fora o precursor aanalisar as unidades compositivas voltadas a produzir persuasão, não devendo a ele o título de pai da retórica. O autor clássico diferenciava retórica de persuasão. A