LinguagEm, EducaçãoE FoRmação dE PRoFESSoRES
FORMAÇÃO DE PROFESSORES
1.
Doutora da FEUSP – Faculdade de Educação – USP
“Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro.
Através da palavra, defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em relação à coletividade. A palavra é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apóia sobre mim numa extremidade, na outra apóia-se sobre o meu interlocutor.
A palavra é o território comum do locutor e do interlocutor”.
(Bakhtin, 1995, p.113).
Refletir sobre formação de professores, especialmente sobre a formação de professores de Língua Portuguesa, implica fazer uma leitura crítica das relações entre Educação e Linguagem.
Educação entendida aqui como prática social e histórica concreta – prática educacional – forma de discurso pedagógico, que se exprime mediante ações concretas que comportam um sentido. Linguagem compreendida como prática interlocutiva – processo de constituição de sujeitos que, como nos diz Bakhtin (1995), não apenas pronunciam ou escutam palavras, mas revelam verdades ou mentiras, coisas boas ou más, agradáveis ou desagradáveis, a “arena das contradições”, encarnando o sentido como elemento da cultura, exprimindo a experiência vivida nas relações sociais. Educação e linguagem se interpenetram, como expressões vivas de experiências vivificadas que constituem sujeitos, geram a formação efetiva de professores,
Educação e Linguagem
Maria de Fátima B. Abdalla1
ressignificam sua existência.
Tomamos a educação e a linguagem como uma relação consistente, substância para a vitalidade na constituição de sujeitos. Relação que se sustenta pelas interações necessárias, que recuperam a presença do homem em sua humanidade, nas quais professores e alunos não são vistos como “aqueles que ensinam” e “aqueles que aprendem”, mas como sujeitos sociais e históricos, sujeitos humanos, produtores de linguagem e da humanidade.
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Se pensarmos em um processo de formação de