Lima Barreto
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro no ano em que se iniciou o Realismo/Naturalismo no Brasil (1881) e morreu no ano da Semana de Arte Moderna (1922).
O escritor carioca é hoje considerado um dos principais romancistas brasileiros, embora sua importância literária tenha sido reconhecida aos poucos e se firmado apenas nas últimas décadas. Mulato, pobre, orgulhoso de suas origens, severo em suas críticas, alcoólatra e subversivo, Lima Barreto foi incompreendido pela crítica de seu tempo e alcançou em vida apenas uma relativa popularidade.
Ele foi um dos poucos em nossa literatura que combateram o preconceito racial e a discriminação social do negro e do mulato. Escritor de seu tempo e de sua terra, Lima Barreto anotou e registrou, asperamente, quase todos os acontecimentos da República. Embora no plano pessoal fosse conservador em relação às novidades trazidas pela modernidade, como o cinema, os arranha-céus e o futebol, em sua obra registra de forma crítica alguns episódios, tais como a campanha contra a febre amarela, a política da valorização do café, a insurreição antiflorianista.
A paixão de Lima Barreto por sua cidade, o Rio de Janeiro, com seus subúrbios, sua gente pobre e seus dramas humildes, também está presente nas obras do escritor, assim como a crítica a figuras da classe média que lutam desesperadamente para ascender socialmente ou a políticos da época, sarcasticamente retratados, pela mania de ostentação, pelo vazio intelectual e pela ganância.
TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA – ENTRE O IDEAL E O REAL
Contextualizado no fim do século XIX, no Rio de Janeiro, Triste fim de Policarpo Quaresma, o principal romance de Lima Barreto, narra os ideais e a frustração do funcionário público Policarpo Quaresma, homem metódico e nacionalista fanático. Sonhador e ingênuo, Policarpo dedica a vida a estudar as riquezas do país: a cultura popular, a fauna, a flora, os rios, etc. Sua primeira decepção se dá quando