Lima Barreto
1)O pré-modernismo foi um movimento que apareceu na transição do século XIX para o XX em uma época onde as diferenças inter-regionais do Brasil começavam a se acentuar, pois enquanto o mercado cafeeiro e a urbanização prosperavam no sudeste, o nordeste era “esquecido” pelo governo. Começaram a surgir movimentos sociais em todo o país, como por exemplo: a Revolta da Chibata, a Revolta da Vacina e a Guerra de Canudos, que é retratada com maestria por Euclides da Cunha em seu livro “Os Sertões”.
A literatura desse período decidiu romper com a passividade do Romantismo e do Parnasianismo em relação à política. Os textos agora tinham uma carga crítica forte e uma linguagem menos rebuscada, característica vinda das vanguardas europeias, como é o caso do “O Homem que Sabia Javanês” e “Nova Califórnia”, ambos de Lima Barreto, que embora sejam do início do século passado, possuem temas muito atuais. O texto “O Homem que Sabia Javanês” deixa claro como nos deixamos impressionar por um discurso bonito e bem estruturado, mesmo que não contenha verdade alguma, ainda mais se for dito por alguém que possui algum título, como um mestre ou um doutor. O personagem Castelo, com um ar de malandragem, representa a elite intelectual e os políticos do Brasil, que com pouquíssimo estudo consegue transpassar a imagem de um letrado em Javanês. O Barão representa a ingenuidade do povo brasileiro, que acredita cegamente no que ouve se for vinda de uma fonte que parece ser importante.
Outra crítica feita à República Velha por Lima Barreto pode ser vista em seu texto “A Nova Califórnia”, onde o nome faz claramente referência à corrida do ouro que ocorreu nos Estados Unidos. No texto, toda a população da pacífica Tubiacanga (exceção feita ao bêbado), na ânsia de conseguir ossos para transformá-los em ouro, torna-se selvagem e acabam se exterminando, esquecendo todo o respeito que demonstravam com os