Liderança na Administração Pública
LIDERANÇA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DO SÉCULO XXI
Ser um líder público é ser corajoso, honesto e justo; e é por aqueles que reúnem estas virtudes que queremos ser governados. Ser “homem público” é um ideal forte para pessoas fortes. Mas, para ser um “verdadeiro” líder da administração pública, é preciso ir além. O gestor público, seja a nível de município, estado ou país, possui todas as características e dificuldades de um líder do setor privado, no entanto, encontra variáveis peculiares e pontuais, que precisam ser consideradas.
A primeira questão a ser levada em conta é o fato de o setor público carecer de líderes que, juntamente com competências essenciais como comunicação, planejamento, criatividade, visão sistêmica e flexibilidade, tragam na sua essência valores. É neste aspecto que encontramos uma das maiores deficiências da administração pública. Mas, enquanto as competências são passíveis de desenvolvimento; valores, como ética, honestidade, verdade, solidariedade e humildade, fazem parte da personalidade, da alma do líder. Os filósofos da antiguidade já diziam que idealistas sem valores são um perigo para a humanidade.
No setor público é preciso administrar com base no princípio da legalidade, que permite ao administrador fazer somente o que está previsto e autorizado em lei.
Este
princípio
constitucional,
juntamente
com
a
burocracia,
“engessa”
significativamente o desenvolvimento do trabalho do gestor. Todo planejamento
(projetos, metas, mudanças) não depende somente do líder e de sua equipe de trabalho e/ou do Chefe do Executivo, mas também do Legislativo e de uma estrutura administrativa, muitas vezes ineficiente, gerando, por um lado, morosidade, jogos de interesses, promoção pessoal e politicagem, e, por outro lado, falta de autonomia do líder. Os arranjos políticos e os interesses pessoais impiedosamente “anulam” líderes públicos competentes e com valores, pois estes representam uma