Liderança feminina

ANAIS DO I EGEPE, p. 164-176, out./2000 (ISSN 1518-4382)

QUAIS AS CONTRIBUIÇÕES QUE O ESTILO FEMININO DE LIDERANÇA TRAZ PARA AS ORGANIZAÇÕES EMPREENDEDORAS?
GLAUCIA DE SOUZA MUNHOZ1 (Universidade Estadual de Maringá – UEM) Resumo Procuramos desenvolver neste artigo algumas abordagens sobre o estilo natural de liderança que as mulheres vêm exercitando, de forma sutil, na maioria das vezes, pela falta de apoio, entendimento e credibilidade das (novas) organizações nas questões que envolvem a participação do gênero feminino. Para melhor compreensão deste estilo e das dificuldades em aplicá-lo, procuramos, inicialmente, nos situar quanto aos conceitos de feminismo e masculinismo, examinando as questões sobre sexo, gênero, androginia e a influência negativa que os estereótipos criados em torno da mulher desenvolvem na cultura organizacional. Em seguida argumentamos sobre a necessidade da mulher em buscar o seu espaço, seja como empreendedora ou intraempreendedora, para poderem exercer o seu estilo natural de liderança. Posteriormente enfocamos o estilo administrativo tradicional, com suas nuances de poder e uma crítica às estratégias masculinas elaboradas nestas últimas décadas, visando a adaptação das mulheres ao ambiente organizacional tipicamente masculino. Finalmente, procuramos apresentar a importância em administrar a diversidade de gênero e as contribuições que advêm, quando entendemos que as diferenças de estilos existem para serem complementares. Palavras-chave: liderança feminina, gênero, empreendedorismo. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Em tempos de busca da melhor práxis para administrar as organizações, temos percebido, especialmente nesta última década, a intensificação de propostas de “conceitos de administração” (teses, artigos, livros), elaborados pelo mundo acadêmico e por profissionais renomados. Tais apresentações ao público, específico ou não, têm levado, ao nosso ver, a um processo de reflexão. Ao menos acredito que, para os administradores mais