Licenciatura

O negro na primeira metade do século XX
As pesquisas sobre a população negra e os afro-brasileiros vêm crescendo em diversas áreas da academia. Nas Ciências Sociais, o negro, na cidade de São Paulo, obteve destaque nas obras de Roger Bastide e Florestan Fernandes, entre as décadas de 1950 e 1970.
Na segunda metade do século XX, destacam-se os trabalhos desenvolvidos pelas pesquisadoras Regina Pahim Pinto, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, Miriam Nicolau Ferrara e Teresinha Bernardo. As duas primeiras enfatizaram a história da escolarização da população negra, nos trabalhos que desenvolveram juntas e alguns individualmente, em que discutiram vários aspectos dos quais destacaremos alguns no segundo capítulo deste trabalho. A terceira pesquisadora preocupou-se em destacar a importância da formação da Imprensa Negra Paulista e debruçou-se na tentativa de reformular a subdivisão que Bastide já havia feito anteriormente, na qual divide a imprensa negra em três períodos e que será mais bem discutido no terceiro capítulo. Também preocupada acerca dos estudos do negro em São Paulo, a pesquisadora Teresinha Bernardo ressaltou a relação de poder e as tensões existentes entre a população negra e os brancos, descendentes de imigrantes italianos, no início do século XX em sua obra “Memória em Branco e Negro: olhares sobre São Paulo”, além das obras de Florestan Fernandes e Roger Bastide intituladas “Brancos e negros em São Paulo” e “Estudos Afro-brasileiros”, se tornariam referências para quaisquer estudos posteriores acerca das relações étnico-raciais em São Paulo, motivo pelo qual tais obras servirão de referencial teórico para este trabalho, notadamente a partir do primeiro capítulo.
Um dos aspectos analisados por estes pesquisadores foram as estratégias de adaptação das populações africanas trazidas para o Brasil no contexto da escravidão. A adaptação dos africanos em terras brasileiras foi difícil e sua cultura impedida de ser exercida no nosso país. No entanto, as