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No período que antecedeu a crise financeira, o investimento directo estrangeiro (IDE) com destino ao continente africano conheceu um forte crescimento desde 2002, alcançando os 88 mil milhões de USD em 2008 – o montante historicamente mais elevado –, uma subida de 27% em relação a 2007. Na base deste acréscimo de IDE, até 2008, esteve a subida dos preços das matérias-primas, particularmente do petróleo, que desencadeou um boom no investimento relacionado com as mercadorias. A crise global, porém, provocou um considerável abrandamento no segundo semestre de 2008, que continuou e se agravou em 2009. A crise fez diminuir a procura das mercadorias africanas, levando à redução do capital de investimento naqueles sectores e países onde o IDE se tinha historicamente concentrado. As estimativas preliminares relativas a 2009 registam uma forte descida do IDE, superior a um terço (valor semelhante à queda registada nos países em desenvolvimento (Figura 2.1)). Como o IDE é uma importante fonte de investimento em África, uma queda desta dimensão afectou muito mais os níveis gerais de investimento no continente do que noutras regiões em desenvolvimento.
As fusões e aquisições (F&A) transfronteiriças cresceram bastante na primeira metade de 2008, antes da queda dos preços das mercadorias e do apogeu da crise financeira global. As F&A transfronteiriças alcançaram o valor de 21 mil milhões de USD em 2008, o maior nível de sempre. Os dados preliminares para 2009 indicam uma queda de 73% nestas operações, com um montante de 5.7 mil milhões de USD. É um reflexo da queda global, que regista um declínio de 66%, das fusões e aquisições. Em 2009, as actividades de F&A caíram 90% no Egipto e 37% na África do Sul.
Em 2008, a África Subsaariana recebeu 63.6 mil milhões de USD de IDE, enquanto 24 mil milhões de USD tiveram como destino o Norte de África. No total dos fluxos de IDE, África recebeu 5.2%, uma subida significativa em relação