Licenciado
Vilma Figueiredo
Muitas das grandes questões que ocupam sociólogos contemporâneos remontam, pelo menos na tradição ocidental, à Grécia Antiga. Por que vivemos em sociedade? quais as razões do pacto social? indivíduo ou sociedade, quem prevalece na condução da história? Existe sujeito humano fora da coletividade social? É nesse humanismo clássico, aliás, que se fundam as raízes de disciplinas científicas diversas na medida em que nele estão formuladas perguntas elementares sobre a natureza física e social e sobre a possibilidade de respondê-las.
Nele remontam as bases das concepções que prevalecem contemporaneamente a respeito, por exemplo, das relações entre indivíduo e sociedade: é a diferenciação das partes que gera a unidade do conjunto. E o contrário também é verdadeiro. Os indivíduos pactuam a vida em sociedade, mas esta não é, apenas, um somatório daqueles que a integram; mais que isso, é ela, em múltiplos sentidos, que dá origem ao indivíduo. Somos nós que fazemos a sociedade ao mesmo tempo que somos humanos porque a sociedade assim nos faz.
No caso da Sociologia, é no século XIX que surgem os primeiros esforços sistemáticos de delimitação de objetos de estudo e de estratégias metodológicas para a produção de conhecimento fidedigno. Com as grandes transformações econômicas, sócio-culturais e políticas que acompanhavam a revolução industrial em franca expansão, particularmente na Europa, foram muitos os pensadores que, tanto lá como nos Estados Unidos, se dedicaram a entender os imensos problemas que surgiam e a propor soluções. Eram as condições inumanas de trabalho, a exploração de mão de obra infantil, as precárias condições de higiene, a miséria generalizada, estruturas de poder pouco flexíveis e impermeáveis aos anseios das grandes massas alguns dos principais temas que ocupavam grande