Na antiguidade e por significante período da Idade Média, o surdos eram tidos como seres que não tinham capacidade cognitiva, e por isso, diferente dos demais. Assim, eram excluídos dos meios sociais e não aceitos como cidadãos e sujeitos de direito. A partir do século XVIII, surgem propostas educacionais direcionadas aos surdos. A primeira delas é a comunicação sinalizada, objetivando a comunicação gestual entre surdos, no que tange assuntos de fator social relevante. A segunda proposta se trata da comunicação oral, que consiste na produção e progressão da fala, sob a justificativa de que os surdos deveriam desenvolver a habilidade da língua oral, de maneira que se comportassem dentro dos padrões tidos como normais. Destarte, no fim do século XVIII, nasce a controvérsia entre a metodologia francesa (linguagem de sinais) e a alemã (comunicação oral). A divergência entre os supracitados meios de abordagem durou anos, até que, no II Congresso Internacional sobre a Instrução dos Surdos, realizado em Milão, proibiu-se a utilização de sinais nas escolas, famílias e igrejas, definindo o oralismo como o melhor método de ensino para surdos, a fim de que eles se equiparassem aos ouvintes, induzindo-os a comportarem-se como os demais, cognitiva, social e emocionalmente. Decorridos cem anos, os surdos iniciaram reivindicação pelo direito à “comunicação total” (bimodalismo), a qual englobava a utilização de sinais, gestos naturais, expressões faciais, e não obstante, a fala. Já no início dos anos 80, conquistaram o direito de utilizar as duas línguas: a linguagem de sinais e a língua oral do país ao qual pertencesse. Esta filosofia de educação foi denominada de bilinguismo, trazendo a ideia de adaptação dos surdos à condição bicultural e bilíngue, convivendo com duas línguas e duas culturas: língua de sinais e língua oral; e cultura surda e cultura dos ouvintes. Felizmente, no ano de 2002, foi publicada a Lei nº 10.436, onde o poder público reconheceu e legitimou a Língua