LIBERDADE X DETERMINISMO
Se falamos em liberdade, é porque conhecemos e experimentamos o seu oposto, a falta de liberdade.
Imagine que fôssemos todos sempre e absolutamente capazes de fazer o que quiséssemos, sem nada nem ninguém para impedir: viveríamos a plena liberdade e, provavelmente, nem pensaríamos nela. É porque sentimos sua falta que ela se torna para nós um tema importante.
Mas será o ser humano de fato livre? Ao longo dos milênios de nossa história, a cultura (religiões, filosofias, ciências e outros saberes) se encarregou de tentar explicar isso. As mais diversas teorias podem ser classificadas em dois grandes grupos. Um deles afirma a liberdade; outro afirma o determinismo.
Você acredita em destino? Já ouviu dizer que sua vida já está toda escrita, mesmo antes do seu nascimento? Se acredita nisso, você é u, partidário do determinismo, que afirma que tudo o que fazemos foi determinado por algo ou alguém.
Algumas religiões afirmam que o ser humano apenas faz o que já havia sido determinado por Deus ou pelos deuses; os gregos antigos acreditavam que as Moiras, três divindades irmãs, teciam os fios da vida dos mortais, determinando suas ações.
No cristianismo, temos duas posições distintas: acredita-se que Deus, ao criar o homem, dotou-o do livre-arbítrio, a capacidade de escolher entre o bem e o mal. Não existe, pois, o destino: em nossa vida, escolhemos o caminho a seguir – o que leva ao paraíso ou o que leva ao inferno. Mas, por outro lado, os calvinistas acreditam na predestinação, segundo a qual a vida de cada um já está determinada por Deus.
Nos dias de hoje, anda muito na moda o esoterismo, que é, em geral, uma forma de determinismo. Se você gosta de ler Tarô, de consultar o I-Ching, de ler a mão (quiromancia) ou coisas desse tipo, está assumindo que sua vida já foi determinada, que seu caminho á está traçado e que algumas pessoas, dotadas de um “Dom especial”, são capazes de ver esse caminho e contar para você o que vai acontecer. Em