Liberdade de estruturas
Por Alejandro Zaera Polo
Publicado originalmente em versão bilíngue espanhol e inglês na edição 53 da El Croquis, em 1994, como parte integrante do artigo “Encontrando Liberdades: Conversas com Rem Koolhaas”.
Tradução exclusiva para uso didático em aula.
Encontrando liberdades: Conversas com Rem Koolhaas
Este texto é o resultado de uma série de conversas com Rem Koolhaas em diferentes cidades. Os fragmentos resultantes foram selecionados e rearranjados em uma outra série de fragmentos, cada uma das quais é dedicada à aquisição de uma nova liberdade.
Rotterdam-Londres-Nova Iorque, 1991
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Liberdade de Estruturas
A Biblioteca de Paris, o ZKM Karlrube ou os Centros de Convenções de Lille e Agadir são projetos que vem demostrando um interesse renovado na estrutura que não aparece em seus primeiros projetos. Como se articula, no decorrer de sua experimentação como arquiteto, este interesse recente pela estrutura?
A primeira vez que me envolvi seriamente no campo da estrutura foi no Teatro de Dança, em
Haia. A cobertura e algumas piruetas estruturais no átrio denotam este interesse inicial. O
Skybar, por exemplo, pode acomodar duas centenas de pessoas. O tubo que o suporta se expande ou se comprime conforme o posicionamento das pessoas, ao norte ou ao sul. Não se trata apenas de resolver as cargas, mas uma demonstração de comportamento estrutural instável. O mais interessante da Biblioteca de Paris foi que ela me permitiu identificar e tentar lidar com o que tem sido tradicionalmente absurdo e impossível em relação às grandes estruturas. Elas são, é claro que do ponto de vista da história, um fenômeno arquitetônico recentemente negado pelos críticos e arquitetos, da mesma forma que levantou sérias questões. Quanto mais trabalhamos neste campo, mais sou capaz de articular opiniões e insights que eu nunca tive plena consciência, mas que devem ter estado presentes desde que eu trabalhei em Delirious New York.